quinta-feira, 25 de junho de 2009

Escrever

"Eu disse uma vez que escrever é uma maldição. (...) Hoje repito: é uma maldição, mas uma maldição que salva. Não estou me referindo a escrever para jornal. Mas escrever aquilo que eventualmente pode se transformar num conto ou num romance. É uma maldição porque obriga e arrasta como um vício penoso do qual é quase possível se livrar, pois nada o substitui. E é uma salvação. Salva a alma presa, salva a pessoa que se sente inútil, salva o dia que se vive e que nunca se entende a menos que se escreva. Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada... Lembrando-me agora com saudade da dor de escrever livros."
Clarice Lispector. A Descoberta do Mundo

Relato do Segundo Encontro - Professora Vera lúcia

VERSIFICANDO O GESTAR II
Caros queridos colegas
Prestem bastante atenção Estamos juntos novamente Pra falar de Gestão Estamos juntos novamente É Gestar II em ação... _________ Nesse momento eu peço De você atenção Pra escutar a história da última Lição... ______________ Dia 22 de abril Foi nosso segundo encontro Pra falar de educação Todos estavam no ponto... _____________ As nossas mediadoras Começaram a falar E a todos boas vindas Todos estiveram a desejar __________
Após esse momento Veio a bela reflexão pingos de chuva causam enxurrada Quando estamos em união Professores reunidos Provocam revolução... __________
Segundo a pauta do dia Era hora de falar E o relatório do encontro Num instante estva no ar ___________ Passada essa etapa Memorial vamos ler Foram tantas mil lembranças Para sentir e reviver _________ Agora chegou a vez A TP 3 vamos abrir E sobre a unidade 9 Todos vamos discutir ___________ O tema motivador Da unidade em questão Foi a dimensão do trabalho Em sua pluriclassificação ___________ Imagine o deleite Que imediatamente se instalou O substantivo trabalho Todo mundo conceituou ________ Genericamente falando Trabalho é qualquer atividade Seja formal, livre, lúdica Depende da sociedade... ___________ Até mesmo a linguagem Que se usa no dia-a-dia Consiste em um trabalho Que requer sabedoria... _______ E os gêneros textuais Todos devem conhecer Para um uso coerente Conscientemente fazer ________ E as competências sociocomunicativas Lentes para a visão Desmistificam o conhecimento Ler e discernir em qualquer situação __________ Nesse segundo encontro Foram muitas as tarefas Todos juntos participando Com empenho e muita pressa ___________ Acredite minha gente Que o Gestar vai mudar As práticas dos professores E a educação transformar. _____________________ Caxias, 22 de abril de 2009 Vera Lúcia Santos

Memorial de Leitura da Formadora Mary Jane Turma II manhã

Sou Mary Jane Oliveira Castelo Branco, professora licenciada em Língua Portuguesa e Literaturas, pela Universidade Estadual do Maranhão, leciono há 08 anos.Trabalhei desde o início na UIM Antonio Edson, com a disciplina Portuguesa de 5ª a 8ª séries, turno vespertino, e atualmente estou vivenciando uma nova experiência como formadora do programa Gestar II de Língua Portuguesa.
Para começar minha história não poderia deixar de citar meus pais, que mesmo não tendo acesso à escola, pois moravam no interior do município de Caxias, aprenderam a ler e escrever apenas o necessário para suprir suas necessidades, se esforçaram ao máximo para dá uma educação familiar e escolar de qualidade aos seus cinco filhos.
A educação, para meu pai era muito importante e mesmo não tendo estudado o bastante se preocupou em trazer, do interior para a cidade, seus irmãos e primos para estudarem e mudar seus destinos, o mesmo esforço fez com seus filhos. Recordo-me que meus primeiros contatos com a escolarização foram com minha mãe, ensinando-me a cartilha ABC e depois me matriculou numa escolinha particular, de fundo de quintal, com a professora D. Macedônia, de quem nunca esqueci, em seguida com a D. Dadá que reforçou ainda mais meus estudos. Nessas escolinhas o principal objetivo era apenas aprender a ler e escrever.
Nessa época, meu irmão mais velho já freqüentava o ensino primário, no Grupo Escolar Dias Carneiro, eu ficava na expectativa para chegar o momento de ingressar numa escola “de verdade”. Chegado o momento tão esperado, o dia do teste de admissão, nunca esquecei quando minha primeira professora de Grupo Escolar, D. Marise, pediu-me para copiar a tarefa do quadro-negro e em seguida aprovar-me para o 1º ano.
Não me recordo de leituras em livros paradidáticos, porém lembro-me do primeiro livro de português e da lição intitulada “Araci e Nilo”. Nas aulas o que eu mais gostava era escrever com letra bem caprichada as tarefas do quadro-negro. A escola não tinha biblioteca, mas havia uma professora que realizava várias atividades lúdicas, durante a forma e o recreio. Fora da escola, tive uma infância cheia de brincadeiras infantis como, brincar de roda e ouvir histórias de príncipes e princesas, contadas pelas saudosas, tia Marcolina e minha avó materna Laurentina.
Meu primeiro contato com a literatura foi quando meu pai comprou uma TV, e através do programa Sítio do Pica-pau Amarelo conheci os personagens criados por Monteiro Lobato e as histórias por eles encenadas. Depois passei a reconhecer textos literários de Gonçalves Dias, Castro Alves, Vinicius de Moraes, Machado de Assis e outros, dentro dos livros didáticos dos meus tios. Mesmo com poucos recursos financeiros, meus pais nunca nos deixaram sem material escolar, e aos poucos foram nos apresentando outras leituras além do livro didático, como a revista em quadrinho, o cordel – leitura apreciada pelo meu avô Dodô.
No curso ginasial, de 5ª a 8ª séries, não tive professores que incentivasse a leitura, e as que faziam se limitavam às aulas e leituras de pesquisa, que eu adorava, pois tinha que ir à biblioteca pública, onde havia várias cópias de obras de arte e uma grande coleção de livros. No ensino médio, mesmo a escola possuindo uma biblioteca com um grande acervo, não tinha o incentivo e nem o hábito de leituras para o deleite, limitava-me apenas às leituras didáticas, porém tinha consciência de que ler era importante.
Apesar de ter freqüentado o curso superior em Língua Portuguesa e Literaturas, meus professores, principalmente os de literatura, não foram muito incentivadores a leituras prazerosas, limitaram apenas às leituras que seguiam suas ementas curriculares, e a biblioteca universitária quase não possuía livros que nos favorecessem leitura. E mesmo não sendo uma leitora voraz, tenho consciência de que ler é importante e estou sempre incentivando meus alunos e meus filhos a praticarem não somente a leitura informativa, mas também a leitura prazerosa, pois como disse Monteiro Lobato “Um país faz de homens e livros”.
Mary Jane Oliveira Castelo Branco

terça-feira, 23 de junho de 2009

Memorial de Leitura da Formadora Kerleiane Turma I

Olá! Sou Kerleiane de Sousa Oliveira, mas pode me chamar de Kerla, nasci aqui mesmo em Caxias – MA, minha cidade do coração, mas foi em Divinópolis, um povoado com cerca de quarenta famílias, que vivi até os quatro anos de idade, minha mãe era direprofessodora, que quer dizer que ao mesmo tempo em que ela ensinava, organizava o lanche e ainda limpava a escola depois da aula.
Duas pequenas salas, uma de frente para outra, separadas apenas por uma porta que dava acesso ao quintal, era a escola, de cor amarela, com janelas de concreto pintadas de branco. Nosso quintal se confundia com o da escola e costumávamos brincar, meus irmãos e eu à sombra do enorme tamarineiro que sombreava tanto o nosso como o quintal da escola, havia também outras árvores, todas de grande porte, impetuosas, bem próximas umas das outras, o que nos possibilitou construir a casa da árvore mais linda de todo mundo, pelo menos pra nós.
A vida seguia na calmaria costumeira das áreas rurais, éramos quatro irmãos, dois meninos e duas meninas, e é nesse cenário que começa minha formação leitora, mamãe começou a ministrar aulas aos treze anos, casou-se aos vinte e um, não me lembro de passar um dia sequer sem vê-la com um livro na mão, ou com os livros espalhados à mesa, sempre livros didáticos, onde planejava e preenchia documentos escolares, o que acontece até hoje.
Mudamos para Governador Luiz Rocha em 1988, lembro-me perfeitamente daquele dia, os móveis sendo empacotados e colocados sobre um caminhão, nós também, colocaram o espelho da penteadeira envolto pelos colchões, que foi quebrado por uma pessoa que usou os colchões para brincar de pula pula, melhor mudar de assunto. Chegamos a nova cidade pela manhã, depois de atravessar à noite, a chuva, o frio... Era fevereiro e faltava um mês para meu quinto aniversário. A vida na nova casa não era muito diferente, a cidade conservava os mesmos hábitos dos lugares pequenos, mamãe continuou trabalhando como diretora, mas só diretora, que ninguém é de ferro, além disso, a escola era maior e tinha mais funcionários e uma área enorme, onde nós podíamos brincar de queimado, pular corda e elástico, boca de forno e tudo mais que a imaginação inventasse e coubesse até o tempo da sineta tocar, nessa escola, Santos Dumont, que eu estudei até a quarta série.
Mas não pensem vocês que foi assim as mil maravilhas não, ser filho do diretor da escola que você estudada o maior problema, você não pode nem pensar em sair um milímetro da linha que é a maior cobrança, eu também adorava a diresecretarioteca, que era uma salinha apertada onde funcionava desde a diretoria (uma mesa), a secretaria (outra mesa) e finalmente a biblioteca, uma estante de aço, com poucos livros, sendo que a maioria era didático, foi ali que fiz muitos amigos e fui a muitos lugares...
Eu adorava ir à escola, não faltava nem mesmo quando estava doente, apesar de ter que enfrentar muitos desafios, eu era uma menina magrela, dos cabelos ruivos, ou seja, um prato cheio para os meninos, que não me deixavam em paz, me chamavam de D. Josefa, a esposa do vigia da escola (seu Dotorzinho), enfim, foi nesse lugar que eu comecei a gostar de ler. E por falar em leitura deixa eu contar pra vocês como foi que eu aprendi ler, era sempre a mesma coisa, minha mãe com uma cartilha na mão e um cipó na outra, soletrava junto com agente, minha irmã e eu, e depois tínhamos que dizer a palavra, ao lado de cada palavra tinha uma figura, até ai nenhuma novidade, minha irmã, que era mais nova se saia muito bem, mas eu até hoje não aprendi a soletrar, a cena era mais ou menos essa: cheguêxiságachá (XA) erreóró (RO) pêépé (PE) e eu, que não entendia o porque de tanto som, olhava a figura e dizia, remédio, e daí por diante, xícara era café, e eu não dava uma dentro, para cada erro uma cipoada, eu deveria ter até aversão à leitura, não acham?
Mas graças a Deus eu não tenho nenhuma, adoro ler, onde foi que eu parei mesmo? Ah! Sim, ficava na “biblioteca” foi lá que eu conheci os contos de Green, o Ziraldo, Ana Maria Machado, o Monteiro Lobato... Depois que você passa uma barra dessas pra aprender a ler, quando você já aprendeu tem que usar esse trunfo a seu favor. Havia uma coleção particular que eu não me cansava de ler, era a coleção centopéia, eu lia e relia a Curiosidade superfaturada, Pinote o fracote e Janjão o fortão, A vaca Mimosa e a mosca Zenilda, ainda me lembro da textura das folhas, das cores das gravuras.
Lembro também de algo que eu adorava, como no interior faltava eletricidade, reuníamos todos a porta para ouvir as estórias de trancoso que os mais velhos contavam, eram histórias muito interessantes, cheias de detalhes, aventuras, monstros, era emocionante. Quando isso não acontecia líamos a luz de velas até cansarmos ou mamãe mandar agente dormir porque estava tarde. Lembro também que nesse período era comum os vizinhos ao receberem correspondências me chamarem para lê-las, às vezes eles até choravam e pediam para que relesse, sentia-me tão importante, ser achada digna da confiança, caprichava na leitura e as vezes me emocionava também.
Como já não tinha contato com novos livros, o jeito era se virar com didáticos mesmo, costumava responder as questões junto com minha irmã, ou então ficar treinando caligrafia. Os professores não liam para nós, às vezes liam o texto do livro e éramos obrigados a responder uma série de perguntas, que nem falavam realmente do texto, não era a mesma coisa de ler um livro com uma história instigante e que também não tinha perguntas sobre o que o autor diz ou acha, ou faça a análise do trecho. O livro trazia uma leitura descompromissada, só por prazer mesmo e agora essa história de copiar textos enormes e ainda fazer um exercício maior ainda sobre ele, não era bem o que eu esperava.
Tinha concluído a 8ª série quando vim morar aqui em Caxias para estudar o ensino Médio, no início eu parecia um bezerro desmamado, chorava sem parar com saudade da minha família, tinha 14 anos e nunca ficara longe dos meus pais, só que eu chorava escondido que não era pra ninguém ficar sabendo. Caxias era uma cidade bem maior do que eu estava acostumada, não conhecia ninguém da escola, estava acostumada a estudar sempre com as mesmas pessoas, desde a 1ª até a 8ª série e agora tudo havia mudado, só que nessa escola tinha biblioteca que agente podia entrar.
No começo fiquei um pouco tímida, mas logo fiz amizade com todo mundo, principalmente com a Rosarinha, adorávamos ir juntas à biblioteca. Líamos de tudo desde romances Sabrina, uma coleção enorme de livretos do Texas (do meu tio) à José Paulo Paes, Cristianne Gribel, Vinicius de Moraes, José de Alencar foi então que conheci Drumonnd e percebi que não havia só uma pedra no caminho. Decidi fazer faculdade pensava em ser médica, mas como uma vez desmaiei ao ver a enfermeira limpar um buraco na perna da minha irmã, desisti logo.
Fiz vestibular para Enfermagem, mas como estudei Magistério não estava apta a responder as questões de Química e Biologia com eficiência, voltei à Luis Rocha por insistência da minha mãe, fui trabalhar como professora, tinha 17 anos e me deram língua Portuguesa (duas 5ª séries e uma 6ª série), já que eu estudei fora, foi desafiador, lia todos os dias para meus alunos, cada nova poesia, conto, clássico, novela do Literatura em Minha Casa eu devorava junto com meus alunos; fazia gincanas, passeios de bicicleta, produção de textos no Pátio, descrição dos arredores da escola, queria fazer tudo diferente do que meus professores haviam feito comigo ( agora eles eram meus colegas de trabalho), não muito raro era chamada na diretoria porque minhas aulas eram um tanto barulhentas.
Não conseguia ficar em casa assistindo novela à noite, decidi me matricular no ensino Médio novamente, estudava junto com minha irmã e minhas primas, formávamos O Quarteto Maravilha, convenci minhas colegas a fazer vestibular, decidi fazer o curso de Letras Português, passei no vestibular e não deu mais pra continuar em sala de aula, estava tão contente. Era a primeira da família que conseguira essa proeza, logo de cara apaixonei-me por Literatura Universal, Dante, Homero, novas leituras, uma ressignificação do ato de ler.
Todas essas lembranças me fazem sentir como a personagem do Livro Curiosidade Superfaturada, querendo saber de tudo, entendendo a leitura como algo maravilhoso, que mexe lá dentro da gente, dentro da alma e sabe mais de uma coisa? Descobri o quanto eu preciso ler mais, mais e melhor, ler ler ler mais e mais ininterruptamente, pra me conhecer melhor, conhecer melhor o outro, refletir ou mesmo rir, mexer com as emoções, atiçar a curiosidade. Sabe de uma coisa vou agora mesmo procurar um bom livro? Até logo.

RELATÓRIO III ENCONTRO

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Memorial da Formadora Sandra Moura turma III vesp.

Sou Sandra Moura, nasci em Caxias – Maranhão e passei toda a infância no povoado Brejo de propriedade de meu avô. Meu pai tinha plantação de cana e minha mãe cuidava da casa, dos filhos e cozinhava todo dia para mais ou menos cinqüenta homens que trabalhavam para o meu pai no corte da cana e na produção da cachaça. Às vezes digo às minhas colegas, que não tive infância porque sendo a filha mais velha, dos dez filhos do casal, tinha que ajudar minha mãe a cuidar dos meus irmãos.
Minha mãe sabia ler um pouco e com esse pouco que sabia, foi que me alfabetizou. Acho que na época eu tinha sete anos. Foi muito difícil porque o tempo dela era pouco e paciência quase não existia. Lembro-me que ela ensinava soletrar de uma forma muito estranha, eu tinha dificuldades de entender e ela ameaçava puxar minha orelha até esticar. Eu tinha medo quando ela chamava para “dar a lição”. Era para ler soletrando e eu não conseguia. As palavras que me castigava era:ARROZ E MAÇÃ. Estas se hoje alguém pedisse para soletrar como minha mãe ensinou eu não conseguiria.
Em casa não tinha muito o que ler, só quando meu pai ia à cidade que levava novidades. Era o cordel que chamavam de rumanso. Ele reunia os trabalhadores nas noites de folga, lia e eles ouviam com a maior animação. Eu ficava escondida ouvindo, porque onde tinha homens meninas não podiam ficar.
Aos doze anos, mudei-me para a cidade e fui morar na casa de uma tia. Como já sabia ler, fiz um teste e fui matriculada na segunda série em uma escola onde fiquei até concluir a quarta série. Não gostei muito porque fiquei separada de meus pais, queria desistir de estudar porque não gostei da idéia de ficar longe deles e da avó. Mas tinha um tio que gostava muito e me fazia todos os gostos escondido de minha tia que dizia que ele ia me estragar.
No período de férias retornava para o interior e só voltava à cidade no início das aulas. Nesse período pedia emprestadas revistas de fotonovelas: Capricho, Sétimo Céu, Ilusão, Júlia, Sabrina e tudo o que aparecesse. Só podia ler quando todos dormiam, porque minha mãe achava que aquilo não era leitura recomendada para uma pessoa da minha idade. Para ler, tinha que acender a lamparina. A fumaça fazia arder os olho, mas isso não tinha importância, o que eu queria mesmo era ler.
Quando conclui a quarta série, queriam que eu estudasse no colégio das freiras, porque lá só entrava mulheres e eu já estava mocinha. Como era caro para uma família grande, fui então estudar em escola de padre que também era só para mulheres. Nessa escola as leituras que fazíamos eram no livro didático. Foi então que descobri que em uma sala isolada da escola existia um caixão fechado que só o padre podia abrir. Fiquei curiosa para saber que segredo ele escondia e tentei até conseguir abrir um pequeno espaço que coubesse um lápis. O que encontrei? Livros e revistas que as outras alunas levavam e ele tomava e guardava para não serem lidos. - É proibido ler essas coisas indecentes! Dizia ele ao levar as revistas e livros para o esconderijo. Nessa descoberta encontrei uma revista que contava toda a história de vida do cantor Wanderlei Cardoso, que eu achava lindo. Li e ainda emprestei para as colegas lerem.
Um dia o padre descobriu que alguém estava tirando as revistas e não deu outra. Entregaram-me! O castigo foi escrever apenas cem vezes a seguinte frase: Não mexerei mais naquilo que está guardado, porque é pecado.
Passaram-se os anos e fui percebendo que existiam outras literaturas que deveria conhecer. E das leituras que fiz, a que mais me encantou foi Maria da tempestade, obra de João Mohana, é um romance que aconteceu em São Luis.
Atualmente tenho lido apenas para estudar. Além disso, as leituras que tenho feito é de relatórios, processos e documentos estritamente profissionais, nenhuma leitura para deleite. Chato, não? Sandra de Oliveira Moura

segunda-feira, 15 de junho de 2009

RELATÓRIO II SEGUNDO ENCONTRO

DEFININDO NOSSO PONTO DE CHEGADA...
No segundo encontro de formação de professores, dia 22 de abril de 2009, nossos professores-cursistas apresentaram suas história de leitura, que os professores a comentarem que o programa lhes proporcionara momentos de retrospectiva de suas história de vida, e que isso é importante tanto para os professores quanto para alunos uma reflexão sobre suas práticas.
Alguns cursistas produziram seus textos de modo muito criativo, valendo-se dos mais variados gêneros, com destaque para a poesia, mostram-se entusiasmados na construção dessa atividade e todos queriam ler seus textos. Durante a apresentação da unidade 9, TP 3, percebemos a falta de leitura prévia dos professores, o que de certo modo dificulta uma melhor compreensão das discussões e uma participação mais efetiva e significativa, contudo, aos poucos conseguimos trabalhar as atividades de maneira eficiente.
Reforçamos aos cursistas as características do programa, sendo este semi-presencial é importante que haja uma leitura preliminar dos cadernos de teoria e prática, e como encontro de abertura de realização das atividades, achamos mais prudente o inicio que fosse trabalhado todas as seções da unidade 9, tendo em vista um melhor reconhecimento dos professores com a estrutura e operacionalização do programa. Tivemos como proposta de trabalho a seguinte pauta:
PAUTA DE TRABALHO II ENCONTRO
22/04/2009
TEMA: Gêneros e tipos Textuais
OBJETIVOS:
  • Adotar o gênero como ponto de partida significa focar no significado social da interação.

  • Identificar as diferenças e semelhanças na organização dos textos utilizados em diversos contextos de uso lingüístico;

  • Relacionar gêneros textuais e competência sociocomunicativa;

  • Identificar características que levam à classificação de um gênero textual.

CONTEÚDOS:

Gêneros e tipos textuais: uma conversa que se inicia ...
  • Seção 1: O conhecimento intuitivo dos Gêneros;

  • Seção 2: Gêneros textuais e a competência sociocomunicativa;

  • Seção 3: Classificando gêneros textuais.

PAUTA DE TRABALHO

Atividades:
  • Apresentação data show do roteiro do dia;

  • Boas vindas;

  • Texto reflexivo;

  • Leitura do relato;

  • Retomada de alguns pontos;

  • Questionamentos;
  • Entrega do memorial: leitura de alguns;

  • TP 3: Gêneros e Tipos textuais

  • Unidade 9: Gêneros textuais: do intuitivo ao sistematizado

  • Seção 1: atividade 1

  • Atividade 2 – responder em grupos;

  • Análise dos textos 1,2 e 3;

  • Atividade 3.

  • Responder as questões da TP;

  • Trazer o memorial: Historia de leitura;

  • Leitura curiosa da unidade 10, TP 3.

  • Postagem das atividades no blog.

  • Seção 2

  • Atividade 6: em grupos, p. 28;

  • Texto: “A casa”;
  • Atividade 7: individual;

  • Seção 3:
  • Textos 1 e 2 – explanação;

  • Envelope da linguagem;
  • Concepções de Gênero e Tipo textual;

  • Avaliação do Encontro;
  • Lição de casa.
  • Escolha de um dos Avançando na Prática para realização da Seqüência Didática, sugestão, pág. 25.

  • Trazer o resultado da Transposição Didática, relatando passo-a-passo acertos e dificuldades.
Nesse segundo encontro foi o momento em que o professor começa a por em prática o que muitas vezes só fica no nível das discussões das salas de aula da Universidade e para as quais não se observava viabilidade, tendo em vista que não aparece nos manuais do professor ou mesmo no livro didático. O envolvimento dos professores nas atividades ainda não é muito significativo, apesar de realizarem todas as atividades propostas parecem ainda não ver viabilidade para aplicação das mesmas, há uma grande preocupação com a necessidade de haver muitos recursos para que possam praticá-las em suas salas de aula, no entanto o interesse e vontade da maioria é a mola propulsora para realização de oficinas cada vez mais ricas e a definição de objetivos cada vez mais precisos.
O encerramento do segundo encontro de formação continuada nos leva a refletir sobre as questões dos saberes docentes, sobre a importância de um profissional que produz textos que reflitam suas concepções e atuação na educação, de como uma formação inicial de má qualidade é uma geradora em potencial de profissionais pouco competentes e comprometidos com uma atuação em que veja significado, tenha metas e trabalhe eficientemente. Um trabalho voltado para a formação continuada de professores no contexto social em que vivemos em Caxias é de extrema relevância, pois é nesse olhar para sua prática pedagógica que o profissional tem consciência da dimensão da importância do seu trabalho e de como esse voltar-se para si reflete diretamente numa atuação significativa e comprometida.
Kerleiane de Sousa Oliveira
Mary Jane Oliveira Castelo Branco
Sandra de Oliveira Moura

RELATÓRIO DO I ENCONTRO DE FORMAÇÃO

PARA INÍCIO DE TRABALHO....
Desde que fomos chamadas para desenvolver o Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – GESTAR II – ficamos imaginando como seria por em pratica um projeto de formação continuada com os demais colegas de trabalho, não tínhamos idéia de como seria a receptividade da proposta ousada que o Gestar faz a cada profissional da educação.
Após o momento de formação em São Luís, fomos nos preparando, nos familiarizando com o material, discutindo a proposta pedagógica do programa e planejando o desenvolvimento das atividades com os professores. Com a chegada do material já estávamos prontas para começar as oficinas. 15 de abril foi o dia escolhido para iniciar o Gestar de Língua Portuguesa em Caxias sediado na “UIM Paulo marinho”.
Chegado o dia estávamos bastante apreensivas quanto à participação dos professores-cursistas, pois, mesmo após a divulgação, não houve a procura esperada, tínhamos uma demanda enorme em relação ao número de inscritos e não poderíamos afirmar, com certeza, que os que estavam escritos se interessariam em participar realmente, a grande maioria demonstrava falta de interesse, por considerar ser mais um programa, sem que houvesse um aproveitamento efetivo para suas práticas de sala de aula.
A manhã do dia 15 seria uma balizadora para nossas impressões e de certo modo o foi, deu-se inicio às 7:40 o primeiro encontro do Gestar II Língua Portuguesa, com um número considerável de professores. O primeiro momento foi dedicado ao relaxamento, com a apresentação da equipe e uma autoreflexão através da dinâmica crachá acróstico seguindo-se a apresentação do programa, enfatizando a duração, os atores, o funcionamento e os objetivos.
Alguns professores não demonstraram muito interesse, outros ao contrário revelaram-se bastante entusiasmados e colocaram em exposição suas expectativas em relação ao programa, ressaltando a necessidade de um suporte atraente para dinamizar suas práticas na sala de aula, bem como a valorização e oportunidade de uma formação continuada de qualidade que realmente atendesse suas necessidades reais. Após receberem o material, analisaram e teceram comentários, enfatizaram principalmente a qualidade, o cuidado na elaboração dos conteúdos que seriam trabalhados ao longo do curso, assim como a proposição de atividades práticas como algo que dava ao programa o diferencial que esperavam. A pauta do dia foi a seguinte:
Apresentação do programa.
OBJETIVOS:
  • Favorecer o espírito de companheirismo, solidariedade e trabalho coletivo no grupo;
  • Criar um contexto favorável para a aprendizagem de todos;
  • Apresentar e discutir as expectativas de desenvolvimento do programa, relacionando-as com o processo de formação continuada de professores;
  • Estabelecer um contrato didático que reflita uma concepção formação continuada;
  • Sensibilizar os professores para importância do portifólio como registro reflexivo no processo de formação profissional e de desenvolvimento pessoal;
  • Explicar o funcionamento do curso.
CONTEÚDOS:
  • Concepção de formação continuada em língua Portuguesa;
  • Expectativas de aprendizagem;
  • Contrato didático;
  • O portifólio como instrumento de formação profissional e desenvolvimento pessoal;
  • Concepção da prática pedagógica do Gestar II;
  • Programação do curso.
PAUTA DE TRABALHO
Atividades:
  • Apresentação: crachá acróstico;
  • Leitura reflexiva: Águia;
  • Expectativas em relação ao curso;
  • Entrega do material;
  • Apresentação do programa GESTAR II
  • Objetivos gerais do programa;
  • Funcionamento
  • Oficinas;
  • Plantão pedagógico;
  • Visitas pedagógicas;
  • Carga horária do curso;
  • Freqüência;
  • Nota;
  • Competências esperadas do curso em relação aos professores (guia geral p. 34,35);
  • Ementário (guia geral p. 38-40);
  • Apresentação do portifólio;
  • Contrato Didático:
  • Compromisso do curso
  • Lição de casa:
  • Responder as duas questões da p. 21 guia geral;
  • Trazer o memorial: Historia de vida;
  • Leitura curiosa da unidade 9, TP 3;
  • Postagem das atividades no blog.
Desenvolvidas todas as propostas da pauta encerramos a manhã na esperança da realização de um bom trabalho, do comprometimento dos professores e de uma melhoria no processo de ensino e promoção da escrita dos alunos.
À tarde fora realizada a mesma pauta com a turma 3, tendo em vista que as turmas 1e 2 estão reunidas na mesma sala pela manhã. Inicialmente os professores demonstraram –se desconfiados quanto à aplicabilidade do Gestar em suas práticas, porém após a apresentação do programa percebemos o despertar de um certo interesse em realizá-las.
Após o primeiro contato com os professores, percebemos que há um certo receio quanto a discussão sobre sua prática, que não é fácil compartilhar seu trabalho que de certo modo é solitário. Acreditamos que com a continuação dos encontros, com a familiaridade com a proposta e estrutura do programa, essas dificuldades serão sanadas e a implementação do programa será bem sucedida.
Kerleiane de Sousa Oliveira
Mary Jane Oliveira Castelo Branco
Sandra de Oliveira Moura

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Pauta do 5º Encontro

Produção da Professora Vera lúcia

O GESTAR II EM PAUTA
Relato do primeiro encontro
Atenção queridos colegas Que aqui agora estão Quero falar pra vocês Sobre um programa gestão Chamado Gestar II Pra mudar a educação...
Quarta-feira, 15 de abril Todos com muita curiosidade Pra conhecer o novo projeto Oferecido a sociedade
Mary jane, Sandra e Kerleiane Todas com muita atenção Preperaram o ambiente Com bastante dedicação
Todos sentados em círculo começou-se a ordenação Vamos fazer um crachá acróstico Para nossa apresentação
De posse do material Todo mundo se ocupou Em postar seu belo nome E com características enfeitou...
Após a apresentação Momento de descontração Professores falavam felizes Paz amoe e União
No segundo momento Houve a grande revelação A leitura reflexiva Aguia Despertou muita discussão
Segundo a pauta do curso Expectativas sobre o gestar Todos queriam saber O que esse projeto vai mudar...
Após esse momento foi indescrítivel a emoção A entrega de tantos livros nunca tinha visto não
As nossas orientadoras Não paravam de falar E afirmavam que esse curso tem tudo pra diferenciar
O programa foi elocução o recurso é muito bom E vai transformar a situação...
Acredite minha gente Que tudo vai dar certo Cada um faz a sua parte e o resultado será correto
Pra finalizar o primeiro dia Um contrato vamos firmar Assiduidade e pontualidade Nesse curso não pode faltar...
Meus senhores e minhas senhoras Que neste curso estão Acreditem veementemente No poder da educação E um dia com certeza Caxias será uma nação

Alunos da Professora Alvanir

Depoimento da Professora christhianne

Turma 3 _ 3° Encontro

2° Encontro de Formação Continuada

Depoimento da professora Chiara

Mec

mec

Palavra

Palavra grande, Palavra pequena, Palavra rude, Palavra amena, Palavra vazia, Palavra cheia, Palavra bonita, Palavra feia, Palavra discreta, Palavra insensata, Palavra pensada, Palavra ingrata. Palavra é o que A pessoa deseja Que a palavra Se torne e seja. (Vadevino)

Língua

Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões Gosto de ser e de estar E quero me dedicar a criar confusões de prosódia E uma profusão de paródias Que encurtem dores E furtem cores como camaleões Gosto do Pessoa na pessoa Da rosa no Rosa E sei que a poesia está para a prosa Assim como o amor está para a amizade E quem há de negar que esta lhe é superior? E deixe os Portugais morrerem à míngua A “Minha pátria é minha língua" A "Fala Mangueira"! Fala! Flor do Lácio Sambódromo Lusamérica latim em pó O que quer o que pode esta língua? Vamos atentar para a sintaxe dos paulistas E o falso inglês relax dos surfistas Sejamos imperialistas! Cadê? Sejamos imperialistas! Vamos na velô da dicção choo-choo de Carmem Miranda E que o Chico Buarque de Holanda nos resgate E a– xeque-mate a– explique-nos Luanda Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo Sejamos o lobo do lobo do homem Lobo do lobo do lobo do homem Adoro nomes nomes em ã de coisas como rã e ímã Ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã ímã Nomes de nomes Como Scarlet Moon de Chevalier, Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé e Maria da Fé Se você tem uma idéia incrível é melhor fazer uma canção Está provado que só é possível filosofar em alemão Blitz quer dizer corisco Hollywood quer dizer Azevedo E o Recôncavo, e o Recôncavo, e o Recôncavo meu medo A língua é minha pátria E eu não tenho pátria, tenho mátria E quero frátria Poesia concreta, prosa caótica Ótica futura Samba-rap, chic-left com banana(A– Será que ele está no Pão de Açúcar? A– Tá craude brô A– Você e tuA– Lhe amo – Qué queu te faço, nego? – Bote ligeiro!– Ma Â’de brinquinho, Ricardo!? Teu tio vai ficar desesperado! – Ó Tavinho, põe camisola pra dentro, assim mais pareces um espantalho! – I like to spend some time in Mozambique – Arigatô, arigatô!)Nós canto-falamos como quem inveja negros Que sofrem horrores no Gueto do Harlem Livros, discos, vídeos à mancheia E deixa que digam, que pensem, que falem.